Paul Émile Lauret

16 – Paul Émile Lauret

Nasceu a 4 Março de 1804 em Orthez, nos Baixos Pirinéus Franceses, filho de David Lauret (32) e de Sophie Varaine (33).

Desconhecem-se as circunstâncias da sua infância e juventude.

Paul Émile veio para Portugal cerca de 1832 com o posto de capitão do Exército Francês para, ao lado das forças liberais, combater os absolutistas. 

Da sua actividade militar neste periodo sabe-se que comandou uma Companhia no Batalhão Francês de Peniche. 

Acreditamos que sobre a sua actividade militar  deve haver, nos diferentes arquivos, informação mais vasta do que a que actualmente dispomos.

Há notícia (ver Dossier, “Chronica Constitucional” de 1833) da sua intervenção em combates contra as forças de D. Miguel, entre Óbidos e Peniche em que os absolutistas são derrotadas na Serra D’El-Rei. Paul Émile Lauret e a sua companhia são dos primeiros a atacar as forças inimigas sendo, logo nos primeiros momentos  ferido em combate e, mesmo assim, continua à frente dos seus homens nos combates que levaram à derrota das forças inimigas. A sua coragem e capacidade de comando em diversas acções de combate, será reconhecida sendo louvado e condecorado.

Em 1833 é condecorado com o grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada. (“Chronica Constitucional de Lisboa, n.º 51 de 23 de Setembro de 1833 e n.º 64 de 8 de Outubro de 1833). Sabe-se que terá recebido ainda outras condecorações.

Conta-se que Paul Émile Lauret se apaixonou pela filha do Marquês de Sá da Bandeira, Luísa Aglaé Fanny Sá da Bandeira. Para evitar o escândalo, o Marquês enviou a sua filha para França.

Após as guerras liberais  e a derrota de D. Miguel, em 1834, Paul Émile Lauret tornou-se capitão do Exército português e abandona a vida militar,  dedicando-se à agricultura em Alenquer. Paul Émile Lauret é também conhecido com o nome português de Paulo Emílio Lauret.

Com a Revolta da Maria da Fonte e da Patuleia, Paulo Emílio Lauret volta a quartéis integrado nas forças setembristas, tendo-se colocado às ordens da Junta da Estremadura presidida por Passos Manuel então assessorado por Francisco Paula de Lobo D’Ávila. Foi-lhe dado o comando de um Batalhão de Atiradores tendo percorrido toda a Estremadura em inúmeras acções, acabando por ser um dos derrotados da batalha de Torres Vedras, em 1846.

Por ter sentido em determinado momento que a sua honra estava a ser posta em causa, publica um opúsculo com documentos assinados por várias entidades, que comprovam a sua lealdade e a forma disciplinada e correcta como exerceu o seu comando. Este opúsculo está arquivado na Biblioteca Nacional e encontra-se uma cópia no Dossier anexo.

Após a derrota de Torres Vedras é preso e como todos os outros oficiais derrotados que tomaram parte na batalha foi-lhe determinado o exílio em Angola, exílio esse que acabaria por não se concretizar pois Paul Émile estava tão ferido que o comandante do navio não o aceitou a bordo, tendo recolhido ao Hospital do Limoeiro.

Termina assim a sua vida militar voltando a dedicar-se à agricultura, no mesmo lugar da vila de Alenquer.

Após o termo da sua vida militar e de regresso a Alenquer vai manter uma ligação com  Ana de Jesus Piedade, com quem nunca se casará, de quem terá duas filhas e um filho:

Júlia Emília Lauret, nasceu em Alenquer em 28 de Maio de 1847, tendo casado com João Carvalho em 1880   não havendo descendência. Faleceu em 1897.

Alina de Jesus Piedade Lauret, nasceu em Alenquer a 27 de Julho de 1850, tendo casado em com Anastácio Duarte em 1875, tendo tido sete filhos, nascidos na Aldeia Galega, Merceana. Ainda hoje a sua descendência permanece na região tendo dado origem às famílas Lauret Duarte e Lauret Viçoso.

Paulo Alfredo Emílio Lauret (8)- consultar “Ascentes Lauret”

Paul Émile Lauret tem um fim trágico. É assassinado por envenenamento  a 25 Janeiro de 1860, em Alenquer. Os motivos do homicidio nunca seriam determinados.