Maria Manuela Marinho da Cunha Lauret (Mané)

3. Maria Manuela Marinho da Cunha Lauret (Mané) – nasceu a 2 Outubro de 1928 em Lisboa, filha única de  Abílio Martins da Cunha (1899-1969) e de Branca Madureira de Azevedo Marinho Martins da Cunha (1901-1987).

Tem uma infância desafogada devido à fortuna razoável dos seus avós e pai. Tem uma educação tradicional, primeiro num colégio de freiras (Doroteias) e depois termina os estudos com professores em casa.

Vive a sua infância em Lisboa. No período da guerra, 1940 a 1945, o seu pai compra uma quinta no Murtal-Estoril, para garantir a segurança da família face à possibilidade de uma intervenção militar em Portugal.

Casa em 1945, com 16 anos de idade, com Paulo Lauret. Do casamento viria a ter dois filhos, Paulo Manuel Cunha Lauret (1946-1967), que morre em 1967, com 21 anos num acidente de viação e Pedro Manuel Cunha Lauret (1949).

Vive até 1959 com o seu marido e filhos em casa dos seus pais. Só a partir desse ano passará a ter casa própria.

Tira um curso de pintura decorativa na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, iniciando a partir dai uma intensa e bem sucedida actividade como pintora decorativa, actividade que mantera até quase ao final da sua vida.

O seu relacionamentos com o seu marido Paulo sempre  foi muito irregular, uma vez que ele sempre manteve um estilo de vida boémia e de ausência  em relação à sua mulher e filhos, o que, naturalmente,  ocasionou uma vida familiar muito disfuncional e instável .

Em 1971 separa-se do seu marido, indo viver, a partir de 1972, para Angola, onde continua a sua profissão de pintora decorativa com assinalável êxito. Entretanto, a sua mãe Branca, já viúva, fica entregue ao seu filho Pedro e à sua nora Isabel.

Em 1973 inicia uma relação com José Filipe Moura da Silva, que manteve até 2010, altura em que se separam.

Em 1975, com o processo de independência de Angola vai para o Brasil onde passa a trabalhar numa fábrica de mobiliário do industrial português Pedro Queirós Pereira, “A Sombra”, onde dirige a oficina de pintura decorativa de móveis.

Em 1979 adoece com um cancro na mama, doença que viria a debelar, mas que a obrigaram a voltar para Lisboa em 1982, indo, numa primeira fase, viver com o seu filho, nora e netos, conseguindo mais tarde casa própria.

A sua capacidade de trabalho e determinação permitiram que, até ao limite das suas capacidades físicas, conseguisse manter uma actividade profissional assinalável, quer vendendo peças por si pintadas, quer dando aulas de pintura decorativa.

A sua saúde foi sempre um factor que a limitou  pois, além do problema oncológico, foi ainda operada a um aneurisma cerebral e posteriormente a uma trombose nos intestinos. Apesar destas limitações e de outras, conseguiu, até ao limite das suas capacidades, manter uma actividade profissional regular.

Quando as suas limitações de saúde a impediram de continuar a actividade profissional, manteve,  até três meses antes da sua morte, de forma lúdica, a sua actividade de pintura.

Separou-se de José Filipe Moura da Silva em 2010, indo viver com o seu filho e nora.

Morreu a 12 Março de 2015 em Torres Vedras.